14 camponeses foram explorados em um regime servil em uma fazenda de batatas em São José dos Ausentes, interior do Rio Grande do Sul, segundo resultados de uma diligência feita entre os dias 16 e 18 de maio. 556n2k
Os homens trabalharam por dois meses nas condições degradantes depois de serem contratados por um intermediário. O “gato”, como esses agentes são chamados, ofereceu uma proposta muito diferente da realidade. Na fazenda, os trabalhadores não tinham carteira assinada, recebiam descontos irregulares no salário e viviam em barracos, sendo obrigados a custear até as próprias roupas de cama.
A maioria dos camponeses resgatados durante a fiscalização eram do Maranhão. Em casos recentes, camponeses do nordeste, indígenas e pobres de países vizinhos foram encontrados em regime de servidão nos campos do latifúndio gaúcho.
Os camponeses também eram obrigados a trabalhar sem os equipamentos de proteção. Alguns trabalharam descalços mesmo sob o frio intenso e foram ameaçados de morte pelo dono da fazenda ao se recusarem a trabalhar.
Depois de encontrados, os camponeses foram enviados para uma pousada na cidade e receberam cerca de R$ 150 mil em verbas rescisórias. Afora o pagamento, o empregador não sofreu nenhuma pena. A impunidade é comum nesses casos, como ocorreu com a mulher que mantinha um senhor de 60 anos sob trabalho servil em seus assentamentos e a megaempresa JBS Alimentos, que coleciona dezenas de casos de trabalho servil em suas fazendas sem enfrentar nenhuma consequência jurídica contundente.