Era meados de 2002, em Copacabana, numa pequena sala e com um computador disputado por cinco pessoas, tinha início as atividades do Jornal A Nova Democracia. 3f2f26
Contrastando com o pequeno espaço ocupado, a extensa Linha Editorial lançava seu foco na luta anti-imperialista, despertando olhares para a revolução mundial e ao internacionalismo proletário.
A armação do 11 de setembro de 2001 alterara profundamente a relação entre o imperialismo e as nações oprimidas.
No plano nacional, mais uma faceta da crise econômica queimava os representantes das classes dominantes na escolha para o gerenciamento do Estado. Eis que o oportunismo se apresenta para salvar, com o seu gerenciamento, o Estado burguês latifundiário, serviçal do imperialismo: Luiz Inácio deixava de ser o “sapo barbudo”, na expressão de Brizola, para ser o “lulinha, paz e amor” na sua própria expressão.
Neste quadro o AND fazia uma análise crítica sobre o papel da imprensa dos monopólios: “Multiplicando infinitamente os recursos extraídos do arsenal de dominação, a onipresente e onipotente rede de comunicações do imperialismo cria uma espécie de produto único, distribuído num único circuito de agências ‘independentes’, com a pretensão de conceber uma sociedade purificada pela colonização mental, cozinhada na ficção e no vazio cultural. Acreditando ser capaz de ajustar as faculdades intelectuais das massas, e de estar desenvolvendo o poder de produzir alterações na sua consciência, a Nova Ordem Mundial imperialista cria o mundo à sua imagem e perfeição; trama informações pervertidas em forma de notícias mortas, despolitização perpétua, histórias assombrosas, ameaças e insultos ao povo; abole todas as informações sobre a Revolução e a Ciência; expulsa as massas trabalhadoras da literatura mais em conta (a dos jornais) e as lança à mercê das redes de TV”.
E ousava em restabelecer o papel da imprensa revolucionária: “É dever da imprensa democrática reunir em cada edição de suas publicações as provas cabais de que as massas trabalhadoras se agitam em todo o mundo pelo fim do sistema mundial de exploração do homem pelo homem e da opressão; podem e devem governar. As massas organizadas são verdadeiramente o setor mais avançado da sociedade, clamam por novos embates que evoluem para a luta política no seu plano superior: o poder verdadeiramente popular porque autenticamente democrático”.
Enquanto reacionários, oportunistas e revisionistas se engalfinhavam à busca de votos, com a finalidade de manter a velha ordem semicolonial e semifeudal, o AND surgia como uma trincheira para denunciar a farsa eleitoral e se firmar como uma imprensa para colocar em pauta o tema da Revolução Democrática.
Mantendo a sua independência, apoiado em seus leitores e apoiadores, em número cada vez crescente, o AND foi evoluindo de bimestral para mensal e logo quinzenal, seguindo a evolução da luta das massas camponesas, operárias e populares. Sem descurar do acompanhamento das guerras populares em andamento no Peru, Índia, Filipina e Turquia, das lutas de libertação nacional no Iraque, Afeganistão, na Síria e Palestina e das lutas do proletariado nos países imperialistas.
Chegamos aos 15 anos com a certeza de que só é possível servir ao povo mantendo a independência e a estreita vinculação com suas lutas, sob a base da linha de classe e anti-imperialista.
Agora com novo Portal procuramos colocar a tecnologia a serviço da Imprensa Popular e Democrática, sempre considerando que o homem é o principal e a técnica o complemento. Mirando as massas camponesas e operárias valorizamos a edição em papel com a qual seguiremos persistindo e utilizamos o meio virtual como complemento.
Finalmente queremos agradecer ao povo em luta, razão de nossa existência, e aos nossos leitores e apoiadores, garantia de nossa independência.
Viva a Imprensa Popular, Democrática e Revolucionária.