Pistoleiros realizaram vários ataques contra a comunidade camponesa Tauá, em Barra do Ouro (Tocantins), durante as duas últimas semanas de julho, segundo denunciou a Comissão Pastoral da Terra (T) de Araguaia. Os pistoleiros atuam aterrorizando camponeses destruindo suas casas e seus pertences, além de rondas em volta da comunidade e constantes ameaças de morte. 3i3b1t
A T, em nota, denuncia que “em um vídeo gravado durante uma das ações dos pistoleiros, o líder do bando, conhecido por Fernandão, afirma que todos os barracos construídos recentemente seriam derrubados. Nessa ocasião, mesmo sendo filmados, os agressores cortaram com motosserra e jogaram ao chão um barraco de madeira e palha que a família acabara de erguer”. As ofensivas terroristas da pistolagem ocorrem, de acordo com a nota, a mando dos latifundiários da soja, Emílio Binotto e seu filho Edilson Binotto, grileiros vindos de Santa Catarina.
De acordo com o levantamento regional da T de 2017, na região do Araguaia-Tocantins, cerca de 550 famílias camponesas foram despejadas dos locais onde viviam por meio de decisões judiciais. Outras 829 famílias foram ameaçadas de despejos. Neste período, foram registrados 47 conflitos por terra envolvendo quase 2.500 famílias contra o latifúndio.
É digno de observação que a ofensiva contra a comunidade camponesa de Tauá é excepcionalmente ilegítima, considerando que após anos de luta dois assentamentos da comunidade foram oficialmente reconhecidos pelo Incra, no início deste ano. A T afirma que dez outros assentamentos estão ando por processos istrativos que resultarão no seu reconhecimento.