No dia 27 de julho, a Polícia Militar (PM) do governador de São Paulo, o bolsonarista Tarcísio de Freitas, realizou uma ação ilegal expulsando cerca de 100 famílias da fazenda Santa Rosa II, na cidade de Mirante do Paranapanema. Mais de 30 viaturas da Tropa de Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Baep) da PM-SP foram mobilizadas para a ação. Os camponeses denunciam que não foi apresentado nenhum mandado judicial ou ordem de despejo.
Os camponeses denunciaram também que as tropas reacionárias ameaçaram famílias inteiras de trabalhadores. Em nota, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) afirmou que “a PM seguiu orientações istrativas, políticas e ideológicas do governador”.
Tem sido frequentes as ações reacionárias contra a luta camponesa, tratadas pelo MST como “manifestações legítimas que buscam solucionar a situação de desigualdade social e o problema da fome”.
Terras da União serão entregues aos latifundiários
A ocupação iniciou no próprio dia 27/07. Reivindicada pelo MST, a ocupação tinha como reivindicação principal “a arrecadação de terras públicas do Pontal para assentar as famílias acampadas”. Atualmente, está em vigor a Lei n 17.557/2022. Aprovada pelo governador bolsonarista Tarcísio de Freitas, ela busca regularizar quase 1 milhão de hectares de terras públicas para vendê-las aos latifundiários com desconto de mais de 90%. Camponeses do país inteiro denunciam que se trata de uma entrega desavergonhada das terras da União para os latifundiários.
Depoimento de camponês: “Terra devoluta é terra de quem luta!”
Anteriormente, em 2022 e em 2023, a Frente Nacional de Luta (FNL) já havia conduzido uma importante luta com mais de 1,4 mil famílias no chamado “Carnaval Vermelho”. Anteriormente, a pistolagem havia sido a forma pela qual o latifúndio tentou intimidar e destruir a luta pela terra.
José Rainha, dirigente da FNL, foi preso como parte de uma campanha de criminalização da luta pela terra por parte das instituições do velho Estado brasileiro. Organizações de todo país defenderam a liberdade para Rainha e outras lideranças.
Agora, a via escolhida para atacar a luta camponesa é a de mobilizar tropas da Polícia Militar. Sob o impulso da ofensiva das “milícias” rurais bolsonaristas, o governador Tarcísio de Freitas coloca o aparato repressivo oficial para intimidar e ameaçar centenas de famílias.
O Jornal AND seguirá acompanhando o caso e repercutindo a luta camponesa.