PIB cresce, mas não há melhora nas condições de vida do povo 3l3m12

Apesar do crescimento do PIB, mais de 60% da população segue desempregada ou sem emprego formal, o custo de vida aumentou, a renda média está estagnada e os juros seguem elevados.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

PIB cresce, mas não há melhora nas condições de vida do povo 3l3m12

Apesar do crescimento do PIB, mais de 60% da população segue desempregada ou sem emprego formal, o custo de vida aumentou, a renda média está estagnada e os juros seguem elevados.

O PIB per capita do Brasil cresceu 3% em relação ao ano ado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas o número que não expressa, necessariamente, uma melhora nas condições de vida do povo, nem que tempos melhores virão.   1r31y

O PIB foi puxado por informação e comunicação (alta de 6,2%), atividades de serviços (5,3%) e comércio (3,8%). A agricultura freou o crescimento da taxa, sobretudo pelo desempenho pífio do latifúndio “agronegócio”, que teve perda de produtividade na soja (-4,6%) e milho (12,5%). 

Na indústria, o maior crescimento foi, mais uma vez, o da construção – expressão do baixo nível de industrialização do País. Esse “crescimento” é frequentemente sustentado sobre o trabalho servil (“análogo à escravidão”). A construção civil está entre os setores que mais registram casos de trabalho escravo, junto com a extração de carvão, pecuária, mineração e cafeicultura. 

Apesar da alta do PIB, as condições de vida do povo continuam miseráveis. O desemprego, que supostamente está em um nível baixo recorde de 6,6%, é camuflado. O AND já revelou, com base em apurações a partir dos dados do próprio IBGE, que mais de 60% da população brasileira trabalha com bicos ou empregos informais, desistiu de procurar emprego ou está desempregada ou absorta em trabalhos como a escravidão doméstica, que impossibilitam a empregabilidade. 

Em números reais, são 40,2 milhões de trabalhadores informais, 66,4 milhões de pessoas “fora da força de trabalho” e 19 milhões de pessoas “subocupadas” (ou seja, trabalhando menos do que gostariam – é bom lembrar que, para o IBGE, se a pessoa está sem emprego, mas trabalhou 1 hora na semana em troca de alguns trocados, ela a a ser considerada “ocupada”). 

Outro índice mascarado é o da renda média anual. O governo comemorou que, em 2024, esse índice cresceu 1,5% em relação a 2023. Mas a renda média atualmente está em R$ 3.225, o que é quase o mesmo que em 2015, quando a renda média estava em R$ 3.186. 

Em outras palavras, uma sensação de estagnação da renda enquanto o custo de vida aumenta: em 2015, o preço médio de uma locação no Brasil era de R$ 37,79. Hoje, a média é de R$ 48,12. A energia custava cerca de R$ 0,46 por quilowatt-hora (kWh) em 2015. O preço cobrado hoje varia entre R$ 0,60 e R$ 1,00.  

Não é necessário falar dos alimentos. Com alta geral desde o final do ano ado, a inflação da comida quase freou o resultado final da renda média em 2024. 

Paralelamente, os juros de 12,25% (ao final de 2024) seguiram a saquear das contas dos brasileiros. É uma alta em relação ao final de 2023, quando a taxa estava em 11,75%. A discrepância é ainda maior se a taxa for comparada com o ano de 2020, quando a taxa Selic chegou a 2,0% ao ano. 

Todos esses aspectos formam a economia real, sentida pelo povo brasileiro. É a base para o descrédito e crescente falta de popularidade do governo de Luiz Inácio. 

O que não significa que os reacionários que vieram antes fizeram melhor: durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a inflação dos alimentos superou a inflação geral em três dos quatro anos do governo. O índice ultraou 14% em 2020 e beirou 12% no último ano de gestão. Outros grupos também tiveram alta, como a energia: em 2022, de 26 reajustes analisados por uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo, 16 ficaram acima dos 10% e 10 superaram a taxa dos 20%. Em 2021, foram mais de 10 reajustes de 10%.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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