Moradores do Parolim protestam contra o assassinato de jovem trabalhador de 17 anos pela PM. Foto: Reprodução/ Vanda Moraes, respectivamente 4l1x59
Moradores do bairro Parolin, cidade de Curitiba, enfrentaram a Polícia Militar com paus e pedras e incendiaram dois ônibus após um jovem trabalhador de 17 anos, Dallyson, ser assassinado pela PM na comunidade, no dia 2 de setembro. Os policiais reprimiram o protesto popular com bombas de efeito moral e bala de borracha e um agente foi parar no hospital após ser atingido por uma pedra na cabeça.
Moradores do Parolim protestam contra o assassinato de jovem trabalhador de 17 anos pela PM. Foto: Fotos: Franklin de Freitas
Segundo a avó do adolescente, que deu entrevista do monopólio de imprensa Bem Paraná: “Eles chegaram como sempre chegam fazendo abordagens. Meu neto não reagiu e mesmo assim apanhou e foi morto. Eles disseram que ele estava com arma e dinheiro, mas é mentira. Ele estava trabalhando no barracão de reciclagem para ajudar a família. Estamos dilacerados”.
Moradores do Parolim protestam contra o assassinato de jovem trabalhador de 17 anos pela PM. Foto: Eliandro Santana/Banda B
A tia do adolescente também denunciou as forças de repressão do velho Estado: “Nós, mães das favelas, estamos cansadas de ver seus filhos sendo mortos pela PM, que chega e não respeita mulheres, crianças e quaisquer outros. Nós, mulheres, quando saímos para defender nossos filhos, somos chamadas de vagabundas. Queremos justiça!”, exclamou Daiana, ao jornal Banda B.
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Povo responde à repressão policial
PM reprime protesto de moradores após ass jovem de 17 anos. Fotos: Franklin de Freitas
O Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi acionado durante o protesto do dia 02/09 para reprimir as massas, que fizeram recuar a PM. Em resposta à tentativa de dispersão do protesto pelo Bope e PM, os moradores migraram para a Rua Professor Porthos Velozo esquina com a Rua Maria Moscadi Fanini, onde incendiaram pneus e dois ônibus do transporte municipal. As chamas foram, mais tarde, apagadas.
Massas colocam fogo em ônibus em Curitiba após assassinato de jovem trabalhador. Foto: Reprodução
No dia 05/09, ocorreu um novo protesto massivo contra o assassinato do jovem, bloqueando várias ruas do bairro Parolin e a Linha Verde. Uma grande faixa denunciava que a PM havia negado socorro ao jovem e os moradores gritavam Covarde!, denunciando a ação covarde da PM. A Polícia Militar uma vez mais atacou os moradores com bombas de efeito moral. A juventude, em resposta, atirou fogos de artifício contra a PM.
Aumenta o número de assassinatos policiais
O Ministério Público do Paraná divulgou em abril de 2022 o levantamento do número de mortes realizadas por policiais civis e militares e guardas municipais durante o ano ado em todo o estado. No total, foram 417 mortes em 2021 (sendo 211 no primeiro semestre e 206 no segundo). O número indica um aumento de 9,74% em relação ao ano anterior (2020). Os dados ainda apontam que 62,16% das mortes foram de pessoas de até 29 anos.
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Enquanto isso, o Mapa da Pobreza, divulgado em julho deste ano pela FGV Social, mostra o crescimento da pobreza no estado e revela que quase dois milhões de paranaenses (cerca de 17,6% da população) am o mês com menos de R$ 500. Já os que estão na margem da pobreza, na região metropolitana, são 18,49% da população, e na região norte central e do Norte Pioneiro são 22,27% das pessoas.
O aumento dos assassinatos policiais no Paraná se dá em meio à escalada nos ataques contra o povo pobre em todo País, incluindo a militarização reacionária, levando a guerra civil reacionária contra os pobres no Brasil. No estado, esta política genocida é impulsionada pelo governador Ratinho Júnior (PSD). O governador criminaliza a pobreza nos bairros pobres da capital, como uma medida que busca conter a rebelião das massas. Durante o percurso dos seus quatro anos de governo, o seu governo também promoveu despejos de terra contra os camponeses e povos indígenas e atacou os direitos dos professores, dos operários.