Na manhã desta terça-feira (10/06), a Polícia Civil realizou uma operação para cumprir 44 mandados de prisão no Complexo de Israel. A operação feriu quatro inocentes e comprometeu o transporte e fornecimento de energia em diversas áreas da cidade. 2r3x
O povo do Rio de Janeiro amanheceu com mais um intenso tiroteio decorrente de operação policial no Complexo de Israel e que interditou, temporariamente, a Linha Vermelha e a Avenida Brasil, importantes vias para locomoção dos trabalhadores, às 06h30 da manhã.
Três deles baleados estavam dentro de transporte público e o outro foi ferido enquanto auxiliava uma senhora que fugia dos disparos. As cenas da população se protegendo das balas, nos trens e ônibus, e deitando no chão podem ser vistas nas redes sociais.
A operação também prejudicou os itinerários de 50 linhas de ônibus prejudicados, levou a suspensão de parte do ramal Central-Gramacho devido á rede elétrica ter sido alvo de tiros, e impediu o funcionamento pleno de 21 escolas.
A Light comunicou nesta tarde que a sua rede elétrica foi atingida por tiros na área de Vigário Geral e Parada de Lucas, fazendo com que o fornecimento de energia para esses bairros fosse interrompido prejudicando a população. Segundo a empresa, os técnicos aguardavam condições de segurança para realizar o reparo, porém não é raro que casos como este demorem dias a serem normalizados mesmo com condições para tal.
Tratou-se de outra operação da falsa “guerra às drogas” que, na prática, é uma guerra ao povo já que a violência do Estado sempre atinge as massas populares. Enquanto as imprensas policialescas e os políticos da extrema direita propagandeiam a luta da corporação contra as drogas, a própria Polícia Federal e as Forças Armadas, em conluio com latifundiários, contribuem com a travessia de quilos e quilos de drogas na fronteira com a Colômbia e com o Peru.
São completamente esquecidos os casos de produção de drogas em grandes latifúndios, dos quais vários financiam essas grandes mídias, e os casos de militares que utilizavam aviões da FAB para o transporte de drogas.
O fato é que o objetivo real dessas operações é a repressão do povo favelado como um todo, a imposição do poder do Estado sobre as áreas pobres e operárias utilizando como justificativa o combate ao tráfico. Casos como o de Herus Guimarães explicitam o papel da polícia nas favelas, mas também mostram a proporção com que o povo se opõe e resiste a tais repressões.