No dia 26 de setembro, o jornal democrático Yeni Demokrasi relatou que diversos leitores do Partizan, portal da internet da organização democrática que atua no país, foram arbitrariamente presos pelo velho Estado turco. Houve também, no dia 3 de outubro, a prisão de cerca de 1.000 pessoas, dentre estes, ativistas de diferentes organizações, leitores do Partizan e jornalistas do Yeni Demokrasi. 4r3s1b
A situação que se apresenta é de uma crescente repressão em massa a ativistas e lutadores do povo no país. No caso das prisões ocorridas no dia 26 de setembro, os 6 leitores do Partizan foram presos nas cidades de Dersim e Istambul. De acordo com as denúncias, a polícia invadiu as residências dos leitores, os algemou e apreendeu materiais políticos e dispositivos eletrônicos dos leitores. No dia 6 de outubro, ocorreram mais de 1.000 detenções contra massas e ativistas de diferentes organizações. Nessa onda de repressão, 7 ativistas e leitores do Partizan foram presos.
O Sindicato Europeu dos Trabalhadores Turcos (AGEP), denunciou as recentes prisões contra os 6 leitores do Partizan, ocorrida no dia 26 de setembro, e afirmou que se trata de uma perseguição contra as massas em luta no país, ao afirmar que “o Estado fascista turco, que deixou centenas de milhares de massas sob escombros durante o terremoto, não resolveu os problemas do povo e respondeu às suas exigências com repressão e violência estatal, está atacar e silenciar aqueles que correram em socorro da nossa população afetada pelo terremoto e continuam ao seu lado.”
Essas prisões contra ativistas democráticos e revolucionários não são de agora. No dia 6 de maio, após as mobilizações do 1º de maio no país, houve uma onda de prisões como esta. Na ocasião, a sede do jornal Yeni Demokrasi em Dersim foi invadida pela polícia e teve seus materiais roubados, e alguns redatores do jornal foram levados para a prisão. Naquela época, o Partizan havia desenvolvido uma intensa campanha de denúncia da farsa eleitoral que ocorria no período, e que acabou com a reeleição do presidente ultrarreacionário Recep Tayyip Erdogan. As organizações denunciaram ainda que, nos protestos do 1º de maio no país, a polícia centrou seus ataques contra o bloco do Partizan, por conta da agitação revolucionária com a bandeira de Ibrahim Kaypakkaya, fundador do Partido Comunista da Turquia (Marxista-Leninista) (TKP/ML).
Os ataques fazem parte do recrudescimento da reação contra as organizações democráticas e revolucionárias na Turquia, com o objetivo central de tentar derrotar a Revolução Turca em curso. No cenário de crescente mobilização das massas populares no país, e de forte desmoralização do velho Estado turco e do regime de Erdogan, particularmente depois do morticínio causado no recente terremoto – quando as massas e revolucionários empreenderam diversas ações de solidariedade ativa –, a repressão cresce ainda mais. Para os revolucionários e democratas do país, tais ações demonstram o medo do velho Estado turco dos levantes populares e da Revolução em curso.
